São Paulo, 02
de junho de 2017.
Bom dia;
Em continuidade ao nosso debate sobre o
Sistema Distritão para eleição de deputados e vereadores....
Temos que a justificativa apresentada na
câmara dos deputados neste ano de 2017 para adoção de tal sistema, já para as
eleições que acontecerão em 2018, estaria no fato de que tal sistema seria como
uma ponte até as eleições de 2022, quando então ter-se-ia a adoção do sistema
do "distrital misto", onde
a eleição da metade das cadeiras em disputa para deputados e vereadores, seriam
preenchidas por candidatos escolhidos na lista fechada partidária uninominal, e
a outra metade das vagas em disputa seriam preenchida pelos candidatos mais
votados por distrito ou região.
Pontuemos que no último dia 23.05.2017 o relator da comissão especial da reforma política 2017 – deputado Vicente Cândido (PT-SP) antecipou na nova versão do seu relatório, apresentado junto à Comissão Especial da Reforma Política, a adoção do sistema eleitoral misto para 2022. Sendo que o relatório parcial apresentado no início do mês de maio, previa a adoção deste sistema distrital misto apenas a partir de 2026.
Pontuemos que no último dia 23.05.2017 o relator da comissão especial da reforma política 2017 – deputado Vicente Cândido (PT-SP) antecipou na nova versão do seu relatório, apresentado junto à Comissão Especial da Reforma Política, a adoção do sistema eleitoral misto para 2022. Sendo que o relatório parcial apresentado no início do mês de maio, previa a adoção deste sistema distrital misto apenas a partir de 2026.
Sendo que na última semana 25.05.2017, o presidente
da comissão especial da reforma política 2017, o deputado Lúcio Vieira Lima
(PMDB-BA), afirmou para a reportagem do jornal Folha de São Paulo, que já tem
conversado com diversas legendas e afirmou que o citado modelo do “distritão”
já tem apoio de alguns dos principais partidos, além de pequenos partidos.
O citado presidente da comissão especial
da reforma política 2017 ponderou para a reportagem jornalística que:
"O voto em
lista vinha sendo bombardeado pela imprensa, pela opinião pública, porque
serviria para esconder parlamentares, o que não é verdade".
"O 'distritão'
vai ao encontro da opinião pública, que diz querer saber em quem está votando
de forma mais direta. Com essa crise onde todos os partidos terminaram com a
imagem chamuscada, parlamentares começaram a ter noção que o voto em lista
poderia prejudicar a reeleição deles. Eles vêem mais chance na disputa com seu
próprio nome".
Até o momento, o
sistema preferido dos parlamentares era o de "lista preordenada". Ela
dá protagonismo aos partidos, que montam a seleção de candidatos. A avaliação
que ganhou corpo no Congresso é a de que agora a crise atinge todos os partidos.”
O presidente da comissão especial 2017
ainda ponderou ao final que: “Há duas
hipóteses para levar a proposta adiante: ou o relator, Vicente Cândido (PT-SP),
inclui o "distritão" em sua proposta ou se apresenta uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que seria apensada àquela relatada pelo deputado
paulista.”
Os mais críticos apontam que os deputados
que apoiam a aprovação de tal proposta, serão certamente derrotados pelos candidatos
das classes profissionais dos artistas e dos jogadores de futebol.
Já outros trazem também o apontamento crítico no
sentido de que o tal sistema “distritão”, corrobora para a vantagem apenas dos candidatos
que detém o poder econômico, pois as campanhas neste sistema majoradas em seu
custo para a disputa do vencedor no sistema distritão.
No sistema "distritão",
cada Estado seria considerado um grande distrito, cada qual com seu número
pré-determinado de vagas/assentos na câmara dos deputados. Assim como exemplo para
aplicação do sistema distritão, vemos que no Estado de São Paulo, que tem 70
cadeiras em disputa na câmara dos deputados, seriam eleitos os 70 candidatos
com o maior número de votos individualmente.
Segundo Yuri Kasahara, doutor em
ciência política pelo IUPERJ - Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, e pesquisador de estudos
internacionais e de América Latina no Instituto Norueguês de Pesquisas Urbanas
e Regionais:
“Atualmente o
citado sistema distritão vigora apenas no Afeganistão, na Jordânia e em alguns
pequenos países insulares, assim não é usado por nenhuma democracia
consolidada, então inclusive há poucos casos concretos para se estudar na
ciência política. O Japão chegou a adotar o modelo no pós-guerra, mas mudou no
final dos anos 1980."
"O sistema favorece a personalização das campanhas, porque
o que conta é o desempenho dos candidatos individualmente".
"Isso acabaria com qualquer incentivo ao esforço
(partidário) coletivo e com o voto na legenda. Os partidos seriam incentivados
a apresentar candidatos com forte base regional, apelo individual e posições
extremas e capacidade de arrecadar fundos. Se favorece a individualização,
enfraquece ainda mais a idéia de uma campanha séria e baseada em propostas.
Acredito que haverá uma queda na qualidade do debate eleitoral."
Temos então que as desvantagens
de tal sistema intitulado “distritão”, são maiores que as vantagens
apresentadas por aqueles que o defendem.
Vamos aguardar então qual será
então a importante decisão que será adotada pela comissão especial da reforma
política 2017 da câmara dos deputados, em relação ao sistema de votação para as
eleições de deputados e vereadores ...
Quem Viver Verá ... !!!!
Cordialmente
MARCELO
AUGUSTO MELO ROSA DE SOUSA
Advogado
- Direito Eleitoral e Partidário
Sócio
do Escritório
MELO
ROSA E SOUSA ADVOGADOS ASSOCIADOS
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E-mail:
melorosaesousa.advs@gmail.com
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